Teoria das Organizações - ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

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Taylor - ponto de partida da reflexão sistematizada sobre as organizações industriais.

Segunda Revolução Industrial – novas matérias-primas; máquina automatizada; conhecimento começou a ser introduzido na vida industrial; novas técnicas de produção e de trabalho eram exigidas; mercado crescente e demandante por produtos.

EUA – Taylor, Ford – ênfase na tarefa, na racionalização, na redução dos tempos de execução; engenheiros por formação – chão de fábrica – Concepção “engenheirística” da organização – visão “de baixo para cima”.

Europa – entendimento da organização a partir da cúpula – estruturação ou departamentalização da organização (anatomia) e seu funcionamento (fisiologia) – Concepção anatômica – organização “de cima para baixo” – Fayol.

Taylor: trabalhadores – era de seu maior interesse trabalhar devagar em vez de andar rápido na execução de suas tarefas; entendiam que deveriam contribuir com a menor quantidade possível de trabalho pelo salário que recebiam.

Para Taylor, o aumento da eficiência acabava tendo como resultado um mercado ampliado, com aumento de empregos, e não redução.

Administração Científica – “revolução mental”

Quatro princípios:

1 – reunir a grande massa de conhecimentos tradicionais que se encontravam na cabeça dos trabalhadores , registrá-los, tabulá-los e reduzi-los a regras, leis e fórmulas matemáticas;

2 – seleção científica dos trabalhadores e seu progressivo desenvolvimento;

3 – aproximar os conhecimentos, a ciência, dos trabalhadores treinados;

4 – completa divisão do trabalho.

Antes, praticamente toda a tarefa era executada pelo trabalhador. Agora, toda tarefa a ser executada na empresa é dividida em duas grandes partes, e uma delas vai inteiramente para a gerência.

Administração Científica busca:

1 – estabelecer uma ciência da produção;

2 – treinar e selecionar trabalhadores;

3 – aplicar essa ciência para tarefas operativas;

4 - construir um sistema de cooperação entre trabalhadores e gerência para alcançar os objetivos.



Possibilita o sistema de produção em massa.

Taylor entendia que o sucesso do indivíduo estava inevitavelmente associado ao sucesso da organização. Tornava possível reduzir, senão eliminar, o conflito indivíduo/organização.

Henri Fayol (1841-1925)

Contrapartida francesa para o Taylor

Encarava os problemas organizacionais a partir da ótica do nível diretivo

Elementos:

Planejamento

Organização

Comando

Coordenação

Controle (p.61)

Aspectos diretivos de grandes organizações:

Administrar é prever, organizar, comandar e controlar. (p.61)

Funções básicas da Administração perduram até os dias de hoje; (p.62)

Similitudes entre Fayol e Taylor:

A partir da indústria pesada;

Pesquisas técnicas e experimentação ;

Visão mecanicista das organizações.

Planejamento e previsão condicionam as demais funções;

Antecipou a ideia de planejamento de longo prazo em muitas décadas.

Fayol: Organização - O organismo material e o organismo social. (p.63)



O corpo social;

Missão administrativa do corpo social:

Programa de ação (p.63)

Concorrer para que se efetue um bom recrutamento, tendo cada serviço em sua direção um homem competente e ativo e estando cada agente no lugar em que possa render o máximo; (p.64)

Definir claramente as atribuições;

Encorajar o gosto pelas iniciativas e responsabilidades;

Remunerar equitativa e habilmente os serviços prestados;

Aplicar sanções contra as faltas e os erros; (p.64)



Manter a disciplina;

Velar para que os interesses particulares sejam subordinados ao interesse da empresa;

Dar particular atenção à unidade de seu comando;

Zelar pela ordem material e social; (p.64)

Manter tudo sob controle;

Combater os abusos de regulamento e de formalismo burocrático, a papelada, etc.

Max Weber e a Burocracia (1864-1920)

Max Weber: Estudos sobre as fontes de autoridade e a resultante forma organizacional a que chamou de burocracia. (p.64)

Burocracia: ideia de algo emperrado. (p.65)

Weber: organização formal – os meios racionais utilizados para dirigir as atividades de muitos indivíduos ocupantes de cargos diferentes, visando atingir um objetivo comum. (p.65)

Autoridade: Três tipos básicos de relações de autoridade:

Autoridade Tradicional: apoiada no costume ou práticas passadas. Fraqueza – valorizar o precedente, o passado, e não a melhor decisão possível. (p.65)

Autoridade Carismática: Devoção à santidade, heroísmo ou caráter exemplar específico e excepcional de um indivíduo. Fraqueza: não prevê nem provê uma base para a sucessão. (p.65)

Autoridade racional-legal: exercida para atingir objetivos específicos; baseada no direito legal da pessoa ocupante de um determinado cargo de emitir ordens. O mais adequado para organizações de porte, complexas em natureza. Enfatiza a obediência às ordens de quem ocupa o cargo. A autoridade está vinculada ao cargo e não ao indivíduo. (p.65)

Tipo de organização que surgiria como consequência do emprego da autoridade racional-legal: burocracia.

Aspectos essenciais:

Ênfase na forma, na hierarquia, na organização sequencial de cargos por regras e normas. (p.65)

Especialização da tarefa e competência: preparo técnico adequado – treinamento;

Regras e normas: parâmetros e orientações oficiais a serem seguidos;

Responsabilidades definidas: autoridade (p.66)

Registro: Conhecimentos documentados.

Burocracia em funcionamento:

Grande organização, como o serviço público.

Crítica à abordagem clássica: visão parcial; aspectos meramente formais das organizações, deixando de lado as pessoas que nelas operam (p.66)

Uma burocracia deve ser:

Sistema de normas escritas e procedimentos operacionais padronizados que especificam como os empregados devem se comportar;

Sistema claramente especificado de relações entre tarefas e papéis de relacionamento; (p.67)

Sistema de seleção e avaliação que recompensa os empregados de maneira justa e equitativa;

Hierarquia de autoridade claramente especificada. (p.67)

Henry Ford (1863-1947)

Elemento-chave na propulsão da linha de montagem e da indústria automobilística;

Produção verticalmente integrada; (p.71)

Altos salários e baixos preços de venda;

Massificação da produção;

Baixa qualidade dos carros produzidos, muito simples, sem sofisticação tecnológica;

A indústria das indústrias do século XX; (p.71)

Trouxe a Revolução Industrial a seu ápice;

Integração vertical;

Salário substancialmente acima da média do mercado;

1926: Negócios e indústria são, antes de tudo, um serviço público. Estamos organizados para fazermos o melhor que pudermos em todos os lugares e para todos os interessados. (p72)

Não acredito que devamos ter um lucro exorbitante com os nossos carros. Um lucro razoável está certo, mas não demais. Portanto, minha política tem sido a de forçar os preços dos carros para baixo assim que a produção o permite, e beneficiar os usuários e trabalhadores, o que tem resultado em lucros surpreendentemente grandes para nós. (p.72)