ATUALIZADO - ESTADO,CLASSE MOVIMENTOS SOCIAIS - Movimento Sindical

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Antecedentes das lutas dos trabalhadores

Revolução industrial – novas formas de produção e organização do trabalho; surgimentos dos operários (operam máquinas); generalização do trabalho assalariado; exploração e superexploração do trabalho; concentração do lucro.

Jornadas de trabalho atingiam até 16 horas por dia; exploração do trabalho das mulheres e de crianças.

“Por volta de 1820, em Londres, cidade mais industrial da Inglaterra, a idade média de vida dos operários era de 21 anos. Os patrões viviam três vezes mais. Crianças de 5 anos já trabalhavam em fábricas, nas piores condições”.

Diferentes formas  de organização e objetivos de luta. Conquista do direito à livre associação; avanço das associações sindicais; repressão por parte do Estado às primeiras organizações sindicais; proliferação das trade unions (associações sindicais).

Movimento Cartista – reivindicações econômicas; redução da jornada de trabalho; aumento salarial; direito ao voto; Carta constitucional; Carta do Povo.

Expansão do movimento sindical; ações grevistas; conquistas das leis trabalhistas; processo de lutas e auto-organização da classe operária. A emergência do movimento operário no cenário político, a partir da segunda metade do século XIX, revelou a face pública e política da questão social.

Tomada de consciência do proletariado como classe para si; reivindica seu projeto sociopolítico em contraposição à burguesia. Manifesto do Partido Comunista; operários começam a formar coalizões contra os burgueses; defesa do seu salário; fundam associações.

Perspectiva proletária; movimento comunista; necessidade da organização dos trabalhadores; união mundial; “Proletários de todos os países, uni-vos”.

O proletariado começa a construir a sua identidade como protagonista histórico social consciente.  1860: fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores; elabora dois principais instrumentos de intervenção sociopolítica, o sindicato e o partido proletário; acabar com a propriedade classista que transforma o trabalho de muitos na riqueza de poucos.

Associações Internacionais de Trabalhadores

Primeira Internacional; organização política construída para agrupar os partidos políticos socialistas; Marx e Engels; concepções estratégicas sobre a transição ao socialismo e a socialização ou não da propriedade privada dos meios de produção.

Transição do capitalismo concorrencial para a fase monopólica; reflexos no movimento operário; crescimento e consolidação das formas organizativas desenvolvidas pelos trabalhadores; sindicatos e partidos social-democratas.

Segunda Internacional; agregava partidos e sindicatos dos trabalhadores de todos os continentes; emancipação do trabalho e da humanidade com resultado da luta internacional do proletariado organizado em partido de classe; tornar-se dono do poder político para a expropriação da classe capitalista com a apropriação social dos meios de produção; crescimento político e eleitoral dos partidos políticos operários e socialistas; intenso processo de organização dos movimentos socialistas e operários, expresso em suas forças eleitoral, sindical e de mobilização.

“Por volta de 1924, esses partidos políticos participavam de eleições em 21 países, tinham conquistado mais de 6,6 milhões de votos e 261 cadeiras parlamentares. Em 1914, contavam com quatro milhões de membros e com doze milhões de votos nas eleições parlamentares”.

Possibilidade transformação social gradual, sem a necessidade de ações revolucionárias radicais; polêmicas e debates; esquerda revolucionária e as posturas reformistas/revisionistas; reforma e revolução; o partido revolucionário; o caráter da democracia; a participação nos governos burgueses.

Perspectiva revolucionária; Lênin; Revolução Russa de 1917. A II Internacional se dividiu entre o grupo contrário à ideia de que a revolução era o caminho para se alcançar o socialismo (social democrata ou reformista), e o bloco dos que apoiavam a Revolução Russa, que criaram a III Internacional.


República velha: constituição do movimento operário e da própria classe trabalhadora no Brasil. Em 1900, a classe operária contava com 85 mil operários. No final da República velha chegava a 275 mil; peso relativamente pequeno do operariado industrial; muito pequeno o espaço da indústria na economia brasileira de então; a produção industrial respondia por cerca de 5% da população empregada no país e 1872, e chegou a 13,8% em 1920.

Formação da classe trabalhadora no país foi a vinda de operários imigrantes europeus, que já haviam tido contato com as lutas operárias em seus países; fins do século XIX; anarquistas.

Leis repressivas à atividade político-sindical e a expulsão dos trabalhadores estrangeiros; legislação repressiva contra as lideranças sindicais e militantes.

O impulso para as lutas advinha das péssimas condições de trabalho e de vida da classe trabalhadora; em 1910, nas fábricas de São Paulo, a idade média de vida do trabalhador chegava a 19 anos.

As primeiras formas de organização dos trabalhadores foram as Associações de Socorro e Auxílio Mútuo e as Ligas ou Uniões Operárias; criação da Confederação Operária Brasileira foi a primeira tentativa de construção de uma central sindical.

Fins do século XIX aos anos 1920: três correntes políticas influenciam as organizações sindicais no Brasil: anarcossindicalismo, reformistas, sindicatos amarelos.

Concepção anarcossindical: recusava a existência de um partido político da classe operária e a via eleitoral e parlamentar; sociedade sem classes e sem Estado;  lutas desenvolvidas dentro das fábricas através do conflito direto com o patronato; propaganda anarquista; imprensa operária de forte combatividade.

Reformistas: transformação gradativa da sociedade capitalista através da conquista de direitos; pressão sobre o Estado; luta parlamentar.

Sindicalistas amarelos: conciliação entre capital e trabalho; de pendência em relação ao Estado.

1922: fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB);  foco de atuação – movimento sindical; comunistas defendiam que os sindicatos deveriam fazer as lutas econômicas em articulação com o partido; Estado investia na cooptação e no controle de setores do operariado e dos sindicatos.

1930: se consolida o controle do movimento operário, com a criação do Ministério do Trabalho; incorpora os sindicatos ao aparelho estatal; órgãos de cooperação e colaboração com o Estado.

1934: criação de uma Frente Única Sindical (FUS), com direção dos comunistas; 1935: Confederação Sindical Unitária do Brasil; formação da Aliança Nacional Libertadora, congregava comunistas, socialistas, operários, estudantes.

Instituído o Estado Novo (1937-1945): intensificação da repressão, controle e cooptação de dirigentes sindicais; ações repressivas e de manipulação ideológica; 1945: criação do Movimento Unificado dos Trabalhadores (MUT): tentativa de constituição de uma central sindical por fora e em oposição ao sindicalismo oficial.

1946: criada a Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), em substituição ao MUT; 1947: novas repressões às organizações dos trabalhadores mais combativas;

Governo Goulart (1961-1964):  intensa mobilização da classe trabalhadora; criação do Comando Geral dos Trabalhadores.

1964: grande ato realizado no Rio de Janeiro na defesa das reformas de base; camadas médias tradicionais mobilizaram-se através da Marcha pela Família, com Deus e pela Liberdade; inicia-se o período da autocracia burguesa no Brasil; obstaculizou  todo o processo de organização sindical dos trabalhadores; “longa noite do sindicalismo brasileiro”; legislação de controle de greves; controle dos índices de reajustes salariais; arrocho salarial; criado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.


Final dos anos 70: organizações sindicais retomam seus processos massivos de publicização de suas demandas e de suas lutas; “novo sindicalismo”.

Anos 80: duas tendências – sindicalistas autênticos; unidade sindical ou reformistas;

AUTÊNTICOS: perspectiva classista; afirmação da existência do antagonismo de classe entre patrões e trabalhadores, sem nenhuma ilusão de parceria; sindicalismo independente, de classe, de base e democrático; criticavam o caráter explorador do sistema capitalista. Diferentes visões: apoiar as experiências operárias de organização de base; construção do socialismo; luta reivindicatória, com um papel essencialmente negociador.

Fundação da Central Única dos Trabalhadores, em 1983, e do Partido dos Trabalhadores, em 1980.
CUT: sindicalismo classista, autônomo e independente do Estado; oposição à política de arrocho salarial; referência para a organização e as lutas da classe trabalhadora;

UNIDADE SINDICAL ou REFORMISTAS:  pequenas modificações da estrutura sindical; defendiam a política de conciliação de classes; pacto social; Central Geral dos Trabalhadores (CGT) – Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT).

Década de 80: expressiva vitalidade do movimento sindical; criação do Partido dos Trabalhadores: instrumento político de expressão dos interesses da classe trabalhadora; projeto de transformação da sociedade; quadro nitidamente favorável ao novo sindicalismo.

Neoliberalismo: 1989 – ofensiva do capital; os trabalhadores terminam por reduzir as suas propostas ao campo da preservação das conquistas ou das possibilidades postas pela conjuntura. Sindicalismo de parceria, de envolvimento.

1991 – Governo Collor: nova central sindical, a Força Sindical, comprometida com os setores empresariais e com a defesa do projeto neoliberal. CUT: sindicalismo propositivo, de negociação, entendimento nacional.
Setores sindicais que romperam com a CUT, Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas); crise vivenciada pelo movimento sindical; alinhamento político, financeiro e ideológico realizado pela CUT com o governo Lula, a partir de 2003.